Taxa de desemprego atinge 5,6% em agosto, repetindo mínima histórica

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
País – A taxa de desocupação no Brasil no trimestre encerrado em agosto ficou em 5,6%, repetindo o menor nível já registrado pela série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. No mesmo período do ano passado, o índice estava em 6,6%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo IBGE.
O país tinha, no fim de agosto, 6,1 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente da série, o que representa 605 mil pessoas a menos na procura por trabalho em relação ao trimestre móvel anterior, encerrado em maio. O número de ocupados chegou a 102,4 milhões, enquanto o nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, permaneceu em 58,1%, o maior já registrado.
O número de empregados com carteira assinada também alcançou recorde, com 39,1 milhões de pessoas, um aumento de 1,2 milhão em relação ao mesmo período do ano passado.
Setores em destaque
Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, a queda da desocupação foi impulsionada pelo setor de educação pública.
“A educação pré-escolar e fundamental fazem contratações ao longo do primeiro semestre. São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários”, explica, acrescentando que essas contratações se concentram nas prefeituras.
Kratochwill aponta ainda que, no trabalho doméstico, houve uma redução de ocupados, com menos 174 mil pessoas em relação ao trimestre encerrado em maio. “Isso pode ser reflexo de mercado de trabalho aquecido. As pessoas deixam de fazer serviço doméstico e migram para outros tipos de serviço.”
Mercado de trabalho
A Pnad acompanha o comportamento de pessoas com 14 anos ou mais e considera todas as formas de ocupação: com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria. O levantamento só considera desocupadas as pessoas que efetivamente procuram uma vaga. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
A taxa de informalidade — proporção de trabalhadores informais na população ocupada — ficou em 38%, acima dos 37,8% do trimestre anterior. O aumento é explicado pelo crescimento do trabalho por conta própria sem CNPJ, que chegou a 19,1 milhões de pessoas, alta de 1,9% em relação ao trimestre encerrado em maio.
“Isso é um sinal de que as pessoas estão apostando no trabalho autônomo, são trabalhadores com menor escolaridade, geralmente nas atividades de comércio e alimentação. Uma parcela de desalentados [pessoas que não procuram emprego por achar que não conseguirão vaga] pode ter migrado, em parte, para a informalidade.”
Renda
O rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 3.488, estável em relação ao trimestre anterior e com alta real de 3,3% ante o mesmo período de 2024, próximo ao recorde histórico de R$ 3.490 registrado em junho. A massa de rendimento, total recebido pelos trabalhadores, chegou a R$ 352,6 bilhões, alta de 1,4% em relação ao trimestre anterior e de 5,4% ante o mesmo período do ano passado.
“Os resultados da Pnad revelam mercado de trabalho forte, a despeito da política monetária restritiva — juros altos — para combater a inflação. O mercado de trabalho está, de fato, aquecido, com níveis recordes de baixa de desocupação e alta de ocupação. Sinais que mostram o mercado de trabalho forte, bom para o trabalhador,” afirma Kratochwill.
Atualmente, a Selic, taxa básica de juros da economia, está em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006 (15,25%). Juros elevados têm efeito contracionista, tornando empréstimos mais caros e desestimulando investimentos, o que freia a economia. Com informações da Agência Brasil.
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Agatha Amorim
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