Segurança em Megaeventos: o que 2026 pode aprender com o Rio 2016

Com a proximidade dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, em Milão, e da Copa do Mundo da FIFA nos Estados Unidos no mesmo ano, aumenta a atenção sobre os protocolos de segurança que serão adotados para proteger atletas, torcedores e autoridades internacionais.

Em um cenário global marcado por tensões geopolíticas, atentados recentes, como os ciberataques durante as Olimpíadas de Tóquio, e a crescente complexidade das ameaças combinadas, especialistas apontam que os países-sede precisarão investir não apenas em tecnologia, mas em inteligência, integração de forças e preparo preventivo.

Um dos nomes que se destaca nesse campo é o Capitão George Eduardo de Sousa Lopes, referência nacional e internacional em segurança para grandes eventos.

Capitão George Eduardo (Foto: Divulgação)

Comandante de operações durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, George Lopes foi responsável por liderar tropas e coordenar planos de contingência em um dos contextos mais sensíveis da história recente dos megaeventos esportivos.

“Segurança eficaz não se faz com improviso. Ela exige planejamento técnico, antecipação de riscos e atuação coordenada entre forças de segurança, inteligência e diplomacia. Foi esse tripé que aplicamos em 2016 no Brasil e que se mostra ainda mais necessário agora, em 2026”, afirma George Lopes.

Durante os Jogos no Brasil, o mundo vivia sob o impacto de atentados terroristas em Paris, Bruxelas e Nice que causaram centenas de mortes. Em meio a esse clima, coube ao Capitão George Lopes liderar parte da estratégia nacional de segurança preventiva.

Segundo ele, o diferencial brasileiro foi “ter um plano operacional baseado em 224 tipos de defesa a ameaças catalogadas, incluindo contraterrorismo, defesa cibernética e até defesa contra ações político-ideológicas.”

A operação envolveu dezenas de milhares de pessoas — entre atletas, voluntários e torcedores — exigindo uma engenharia de segurança sem precedentes no país. O modelo de segurança foi elogiado por membros do Comitê Olímpico Internacional e apontado como exemplo de eficácia em gestão de risco.

Lopes enfatiza que “a presença policial visível tranquiliza o público, mas é o trabalho nos bastidores que realmente evita tragédias. Centros de comando integrados, mapeamento de vulnerabilidades e resposta interagências são cruciais”, relembra.

A experiência no Rio 2016 também ensinou a importância de adaptar estratégias gerais a contextos locais, como afirma George Lopes “na Copa do Mundo 2026, a dispersão das sedes em três países (EUA, Canadá e México) exige uma coordenação de segurança e de logística sem precedentes para os Estados Unidos e os países envolvidos”.

“Nesses eventos, segurança é prioridade”, explica George Lopes. Segundo o International Centre for Sport Security, de 10% a 15% do orçamento costuma ir para essa área. No Rio 2016, foram 12% — mais que Tóquio 2020 (7%). Já Milão projeta 24%. “Investir pouco pode custar caro. A negligência traz prejuízos humanos e institucionais enormes”, alerta Lopes.

“Com eventos como Milão e a Copa se aproximando, o foco deve ser na inovação e na colaboração global”, pontua George Lopes. Ele acredita que “investir em treinamento contínuo e tecnologias como drones e inteligência artificial não só mitiga riscos, mas cria um legado duradouro, evitando que falhas em segurança transformem celebrações em tragédias”.

Para a Redação, as lições de Lopes servem de guia para o futuro dos esportes: priorizar a proteção é o que garante que o brilho das competições não seja ofuscado por sombras de ameaças. Em 2026, o sucesso dos Jogos de Milão e da Copa do Mundo dos Estados Unidos depende totalmente da segurança implementada nesses eventos, desde sistemas avançados de inteligência até ameaças de drones nos EUA – desafios que demandam coordenação impecável para evitar incidentes.

Por Emiliano Macedo – Jornalista

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