Operação Rastreio recupera celulares e prende receptadores no Sul Fluminense
Em entrevista, o delegado Ronaldo Britto destacou o caráter educativo da ação. (Foto: Arquivo)
Sul Fluminense – Delegacias do Sul Fluminense participaram do “Dia D” da Operação Rastreio, ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que combate o furto, roubo e receptação de aparelhos celulares. A etapa intensiva, realizada nesta terça-feira (1º), resultou na recuperação de mais de 1.400 aparelhos em todo o estado e na prisão de 102 pessoas. A operação é contínua e já ultrapassa 3.700 telefones recuperados desde maio.
Na região, participaram da ação as delegacias de Volta Redonda (93ª DP), Barra Mansa (90ª DP), Valença (91ª DP) e Resende (89ª DP), com estratégias locais de notificação, vistorias e rastreamento de aparelhos.
Em Barra Mansa, a 90ª DP, sob comando do delegado Bruno Gilaberte, realizou vistorias em estabelecimentos legalizados e clandestinos. Nenhuma loja foi flagrada com a venda de celulares com origem ilícita. “No comércio da região não constatamos nenhuma irregularidade”, afirmou Gilaberte. A delegacia também identificou quatro pessoas utilizando aparelhos com registro de furto ou roubo. “Uma delas entregou voluntariamente; quanto às outras, houve divergência de dados que estão sendo apuradas”, disse.
Segundo o delegado, é fundamental identificar a origem dos aparelhos. “É preciso investigar se foram adquiridos por boa-fé ou por receptação.” Entre os casos registrados, há relatos de pessoas que ganharam celulares como presente, sem saber que eram produtos de crime, e de compradores que foram enganados por lojas. “Em situações assim, em que a pessoa agiu com boa-fé e procurou a delegacia para devolver o aparelho, ela pode se tornar testemunha ou até vítima no inquérito. Os aparelhos são devolvidos aos legítimos proprietários”, explicou.
Gilaberte também comentou o uso do aplicativo Celular Seguro RJ, lançado pelo Governo do Estado do Rio. A ferramenta permite que o cidadão consulte, gratuitamente, se o celular tem restrição, digitando *#06# para acessar o número de identificação do aparelho (IMEI). “O uso desse app facilita o trânsito das ocorrências. E o rastreio rápido faz com que cheguemos ao autor do fato rapidamente, antes do descarte do aparelho.” Ele lembrou que o prazo de 72 horas para devolução voluntária não é absoluto: “Não é porque não responde em 72 horas que vai ser preso. Vamos levar em conta a boa-fé. Pode vir depois e devolver o celular sem problema.”
Em Valença, a 91ª DP enviou quatro comunicações a usuários de aparelhos com registro de furto. Um dos notificados apresentou nota fiscal de um novo dispositivo adquirido logo após o crime. A operadora confirmou a titularidade e regularidade do aparelho. “Encerramos qualquer dúvida quanto à origem do bem”, informou o delegado Ronaldo Britto. Outros dois notificados não residem mais na cidade, mas se comprometeram a comparecer à delegacia mais próxima.
Britto destacou o caráter educativo da ação. “Muitas vezes, quem compra um celular furtado não tem conhecimento da origem ilícita. Ao se apresentar à delegacia, a pessoa demonstra boa-fé. Lavramos um termo de compromisso e esclarecemos os fatos. Isso evita responsabilizações legais e permite que o cidadão busque seus direitos contra quem vendeu o aparelho.”
Em Volta Redonda, a 93ª DP enviou nove notificações. Sete pessoas compareceram e devolveram os aparelhos. A delegacia reforçou a importância de registrar o boletim de ocorrência em caso de roubo ou furto, condição essencial para que o aparelho entre na base de dados oficial.
A 89ª Delegacia de Polícia, em Resende, limitou-se a informar a prisão de três pessoas por receptação.

Delegado Bruno Gilaberte destacou a importância do uso do app Celular Seguro RJ. (Foto: Arquivo)
Governo do RJ lança aplicativo que ajuda a descobrir se celular é roubado
O governo do Rio de Janeiro lançou nesta terça-feira (1º) o Celular Seguro RJ, um aplicativo que permite saber se um celular foi roubado ou furtado. A ferramenta também ajuda a registrar o aparelho como regular, o que pode facilitar sua devolução em caso de roubo.
O app está disponível gratuitamente para celulares Android e iOS e funciona com o número do IMEI, um código único de identificação de cada aparelho. Para descobrir o IMEI, basta digitar *#06# no próprio celular. Com esse número, o usuário pode consultar se o telefone tem algum tipo de bloqueio ou problema.
O sistema tem duas funções principais:
- Para qualquer pessoa: consultar se um celular é roubado antes de comprar e cadastrar os aparelhos da família para acompanhar a situação.
- Para a polícia: verificar se um aparelho abordado nas ruas tem restrição e registrar essa informação na hora.
O banco de dados é atualizado com informações da Polícia Civil e da Anatel.
O lançamento do aplicativo faz parte da Operação Rastreio, que já recuperou 931 celulares e prendeu 92 pessoas apenas nesta terça-feira. Nessa ação, a Polícia Civil também enviou mensagens por WhatsApp para usuários que estavam com celulares roubados. Eles têm até 72 horas para entregar o aparelho em uma delegacia. Quem não devolver pode responder por receptação, crime que pode levar à prisão.
A operação tem como objetivo acabar com a compra e venda de celulares roubados, que muitas vezes são revendidos com nota fiscal falsa ou sem nenhuma documentação, principalmente em shoppings populares e lojas de conserto.
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Agatha Amorim
Operação Rastreio recupera celulares e prende receptadores no Sul Fluminense