Novo projeto cria guia para cabeleireiros atuarem contra violência doméstica

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Estado do Rio – A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) deu, nesta segunda-feira (30), um passo decisivo para a criação de uma política inovadora de combate à violência doméstica. O Projeto de Lei nº 4729/2025, de autoria da deputada estadual Lilian Behring (PCdoB), foi considerado constitucional e aprovado em primeira discussão. A proposta institui o Guia de Profissionais da Beleza contra a Violência Doméstica, uma ferramenta digital para capacitar cabeleireiras, manicures, barbeiros e outros profissionais da área de beleza a atuarem como agentes de escuta, orientação e encaminhamento de mulheres vítimas de violência.

“Uma mulher que encontra escuta e orientação pode encontrar também a coragem para sair do ciclo da violência. E é isso que estamos construindo com esse projeto: uma rede de proteção onde antes só havia silêncio”, afirma Lilian Behring.

O projeto, que agora segue para inclusão de emendas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes da segunda votação em plenário, propõe a criação de um espaço no site da Secretaria Estadual da Mulher com conteúdos informativos sobre violência doméstica, canais de denúncia e legislação protetiva, como a Lei Maria da Penha.

A ideia é transformar salões de beleza, ambientes de confiança e intimidade, em pontos de acolhimento e orientação. Os profissionais serão capacitados para identificar sinais de violência física, psicológica, moral ou sexual, e agir com responsabilidade, garantindo o anonimato.

“Os salões são espaços onde muitas mulheres se sentem seguras para conversar sobre suas vidas. Capacitar esses profissionais é reconhecer seu papel silencioso e potente na construção de redes de apoio. Eles podem ajudar a salvar vidas”, reforça a deputada.

O que prevê o projeto

O guia digital deverá conter informações sobre:

  • A Lei Maria da Penha e outros dispositivos legais;
  • Tipos de violência contra a mulher e suas causas;
  • Questões de saúde associadas, como alcoolismo, DSTs e transtornos mentais;
  • Relações familiares abusivas e aspectos emocionais de vínculos afetivos;
  • Violência contra crianças, adolescentes, idosos e pessoas LGBTQIAPN+;
  • Valores de convivência civil e respeito aos direitos humanos.

O material ficará disponível no site do Governo do Estado, para consulta sempre que necessário.

Uma política pública baseada na escuta

A proposta parte do princípio de que a escuta pode ser a porta de saída da violência. Profissionais da beleza, ao receberem instrumentos para identificar riscos e orientar clientes, tornam-se multiplicadores de informação e empatia.

“Esse é um projeto que nasce da escuta atenta das mulheres e da valorização das redes que já existem nos territórios. Estamos institucionalizando algo que já acontece, mas que precisa de apoio, estrutura e reconhecimento”, destaca Lilian Behring.

A deputada reforça que o projeto foi pensado para garantir que os profissionais saibam agir sem se colocarem em risco. O anonimato nas denúncias é uma das garantias previstas.

 

 

 

 

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Mayra Gomes

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