Luciana Damasceno Dias e a nutrição como elo essencial no Mutirão Outubro Rosa

Em meio à mobilização voluntária que marca o Mutirão Outubro Rosa de Reconstrução Mamária — realizado anualmente no Hospital Regional de Taguatinga (HRT/SES/DF) — uma liderança essencial se destaca: a da nutricionista Luciana Damasceno Dias.

Desde as primeiras edições e ao longo de oito anos, Luciana tem sido uma presença estratégica no evento, com atuação extraordinária no planejamento, coordenação e execução de toda a logística alimentar. Seu trabalho garantiu o suporte nutricional necessário para manter o ritmo intenso de cinco dias de cuidados — especialmente àqueles que, com dedicação e empatia, estão ali para cuidar de outras vidas.

O mutirão é uma resposta solidária e humanizada à alta demanda por cirurgias reconstrutivas após mastectomia — procedimento comum no tratamento do câncer de mama. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil registra mais de 73 mil novos casos da doença por ano, sendo o tipo que mais afeta mulheres no país. Embora a reconstrução mamária seja um direito garantido pelo SUS, a fila de espera é longa, e iniciativas como essa representam acolhimento, dignidade e esperança para muitas pacientes.

Luciana Damasceno Dias (Foto: Divulgação)

Desde 2016, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) mobiliza uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da área médica, técnica, voluntários e apoio logístico — somando mais de 90 pessoas envolvidas. A alimentação adequada desse grupo é um dos pilares silenciosos, mas fundamentais, para o sucesso desse esforço coletivo.

Para que toda a equipe envolvida no mutirão estivesse bem nutrida e com energia suficiente para desempenhar suas funções com excelência, a atuação do nutricionista na gestão de todas as refeições ao longo dos dias do evento torna-se essencial. Nesse contexto, Luciana teve um papel fundamental nos bastidores: ser a responsável por planejar e coordenar a alimentação para toda a equipe envolvida. Com precisão, ela garantiu  a disponibilização diária de seis refeições: desjejum, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia, para todos os que estavam contribuindo voluntariamente.

Cada refeição foi cuidadosamente pensada para suprir a demanda energética dos profissionais — muitos deles atuando por horas seguidas no centro cirúrgico. O cardápio une técnica e sensibilidade, oferecendo refeições equilibradas, saborosas e visualmente atraentes.

Ao longo dos cinco dias de evento, foram servidas mais de 1.600 refeições, todas preparadas com atenção a cada detalhe. Da aquisição dos ingredientes e insumos necessários, supervisão do preparo e distribuição, Luciana acompanha de perto cada etapa. Seu trabalho foi essencial e decisivo para o bem-estar e o desempenho de todos os comensais.

Mais do que alimentar o corpo, sua atuação desperta atenção para a alimentação saudável como ferramenta de prevenção e fortalecimento da saúde em ações comunitárias. Ela destaca como hábitos nutricionais equilibrados trazem benefícios que vão muito além do evento, incentivando os voluntários e pacientes a adotarem práticas saudáveis em suas rotinas diárias — um impacto positivo que continua mesmo após o mutirão.

Sua atuação nutricional se tornou elo de cuidado, garantindo energia, disposição e conforto para as equipes que dedicam esforços à reconstrução física e emocional das pacientes. Ao refletir sobre sua participação, Luciana salienta que o mutirão vai além do gesto cirúrgico: “É uma rede de reconstrução de vidas”, diz, “e a alimentação consciente é parte vital dessa rede.”

Além da logística alimentar, Luciana promoveu ações de educação nutricional voltadas às pacientes, focando na recuperação pós-operatória e prevenção de doenças. Esse componente educativo fortaleceu o impacto do mutirão, enfatizando o poder da nutrição funcional no cuidado integral.

Por Emiliano Macedo – Jornalista

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