Jovens participam da Semana Nacional da Juventude em Brasília
Daniella Almeida – repórter da Agência Brasil
Milhares de jovens de diversas partes do país são aguardados nesta semana, em Brasília, para participar da Semana Nacional da Juventude, promovida pela Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretária-geral da Presidência da República.
De acordo com o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia cerca de 48,5 milhões de pessoas na faixa etária considerada “jovem”, de 15 a 29 anos.
Nesta segunda-feira (11), centenas deles avaliaram os 20 anos da Política Nacional de Juventude na abertura da semana comemorativa. O evento também marcou o Dia do Estudante, celebrado anualmente no Brasil em 11 de agosto.
O secretário Nacional de Juventude, Ronald Luiz dos Santos, conhecido como Ronald Sorriso, defendeu que somente o Plano Nacional das Juventudes, redigido com a participação social de gestores de juventude de todo o Brasil, irá determinar como deve ser executada uma Política Nacional de Juventude (PNJ) que garanta os direitos deste público.
“Um plano vai ajudar a juntar os vários regulamentos para determinar, a partir da ótica da juventude do campo, das cidades, a partir da ótica da juventude negra, da juventude indígena, da juventude LGBT, das mulheres jovens, a partir da lógica dos jovens empreendedores e, enfim, da juventude trabalhadora, como é que deve ser executada essa política para o desenvolvimento não só das juventudes, mas do país”, disse o secretário Nacional de Juventude, Ronald Sorriso.
A secretária de Juventude do Partido dos Trabalhadores (PT), Nádia Garcia, entende que os jovens não vivem mais a realidade de se contentar apenas em estudar no ensino médio, conquistar um emprego e conseguir pagar as próprias contas.
“A juventude é, também, detentora de direitos que versam não somente sobre estudos e trabalho”, disse. “A partir do momento que a juventude entra na Constituição [Federal] e ganha seu estatuto, os jovens passam também a ser vistos como detentores de direitos e deveres para dentro da nossa legislação.”
Debates
Aos gritos de “Juventude que ousa lutar constrói o poder popular” os jovens debateram, nesta manhã, como as políticas públicas já existentes que têm foco nos jovens podem ser interiorizadas. Eles cobram que o governo federal trabalhe para que ações cheguem a todos os municípios, independentemente do porte, e, também, às áreas rurais.
Os jovens presentes ainda pediram a municipalização do programa Identidade Jovem (ID Jovem), que é o documento gratuito de emissão virtual que possibilita aos brasileiros de baixa renda de 15 a 29 anos ter acesso a diversos benefícios. Entre eles, estão descontos de 50% em eventos artístico-culturais e esportivos; isenção do pagamento de taxa para emissão de carteira de identidade estudantil; gratuidade de duas vagas no transporte interestadual, por veículo, para, por exemplo, apresentar trabalhos estudantis em seminários, participar de entrevistas de emprego ou mudar de estado para trabalhar.
Voz ativa
Representando a juventude indígena, Darlly Tupinambá reivindicou que os jovens representantes dos biomas brasileiros sejam ouvidos em espaços de tomadas de decisões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), a ser realizada entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém. Darlly é moradora do Pará e coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Povos, Comunidades Tradicionais, Agricultura Familiar e Camponesa do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve)
“A gente passa diariamente por crises provocadas para mudança climática. Então, não é justo que pessoas de fora falem por nós. Nós temos voz, temos vez e somos protagonistas da nossa história. Não queremos ser somente um rosto bonito colocado nas capas. Também queremos estar lá na frente, falando e dando voz a todos os outros povos, sejam os indígenas, os ribeirinhos, os extrativistas, as caiçaras, as quebradeiras de coco, os quilombolas”.
Visibilidade para os jovens negros e políticas públicas que deem dignidade a esta população são as reivindicações de Ludmila Brasil, representante do Coletivo Nacional da Juventude Negra Enegrecer no Distrito Federal. Ela é também integrante do
Conjuve Nacional.
“A comemoração desses 20 anos das políticas públicas para a juventude carrega a transformação de um Brasil que entende o que é a esperança de um jovem que não quer só viver, trabalhar e morrer; que entende a necessidade de se construir um Brasil que tenha esperança, principalmente esperança de direito e esperança de dignidade”, avalia Ludmila Brasil.
A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) defenfeu o papel dos jovens cientistas na transformação e desenvolvimento do país como forma de estimular a soberania nacional por meio da ciência e de pesquisas. As representantes da entidade pediram o reajuste das bolsas de estudo pelo governo federal e fomento à pesquisa e à ciência nas universidades do país.
Programação
Além da avaliação dos 20 anos da Política Nacional de Juventude, na tarde desta segunda-feira, foi realizada a sessão solene em celebração do Dia Internacional da Juventude e Dia do Estudante, no plenário da Câmara dos Deputados.
>> Confira a programação para os próximos dias
Agência Brasil
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