Geração alfa conectada: como o uso da internet por crianças dobrou em uma década

Em menos de dez anos, a inclusão das crianças na vida digital passou por um crescimento surpreendente. Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), a porcentagem de usuários da internet na faixa de 6 a 8 anos chegou a dobrar, saltando de 41% em 2015 para 82% em 2024. Esse crescimento impressionante consolidou a Geração Alfa (aqueles nascidos após 2010) como a primeira a crescer totalmente imersa na era digital.

Essas cifras não se referem apenas à conectividade, mas também à posse pessoal de dispositivos eletrônicos. Há uma década, menos de 20% das crianças nessa faixa etária tinha seu próprio smartphone. Em 2024, essa proporção subiu para 36%, um reflexo da individualização dos aparelhos e a menor dependência daqueles compartilhados no ambiente doméstico. Assim, as crianças atualmente têm a possibilidade de se manterem conectadas aonde quer que vão, e isso levanta algumas questões importantes de segurança.

Preocupações com a Segurança Online

Uma das grandes problemáticas com a rápida expansão do uso da internet pelas crianças é a elevação simultânea da sofisticação das ameaças digitais. Manchetes globais sobre vazamentos massivos de dados, nos quais bilhões de credenciais de usuários são expostas, ressaltam o estado frágil da segurança online. Para os pequenos, que talvez não compreendem as consequências do compartilhamento virtual excessivo, esse contexto pode ser particularmente grave.

Outra preocupação é a exposição deles a conteúdos adultos. Redes sociais, chats de jogos e plataformas de vídeo muitas vezes não fazem diferença entre o que é ou não apropriado para menores de idade. Além disso, a ascensão das tendências de “adultificação”, que promovem comportamentos e interações adultas entre as crianças, têm desencadeado debates acalorados sobre como os espaços digitais moldam a identidade infantil.

Construindo um futuro digital mais seguro

Proteger a Geração Alfa não significa isolá-la da tecnologia, mas garantir que ela se envolva com o universo virtual de forma mais segura e saudável. Para isso, diversas estratégias podem ajudar pais e educadores, como:

  • Instalar ferramentas de segurança. Ao implementar soluções de segurança como redes virtuais privadas (VPN) e programas antimalware, é possível aumentar significativamente o nível de proteção da navegação dos pequenos. Com a melhor VPN com teste grátis, por exemplo, os pais podem criptografar a conexão de seus filhos e evitar a interceptação de dados por terceiros mal intencionados em todos os seus dispositivos.
  • Estabelecer limites claros para o tempo de tela. Especialistas recomendam manter o equilíbrio ao adotar a criação de cronogramas estruturados que equilibrem as atividades online com brincadeiras offline, exercícios e interação familiar.
  • Usar controles parentais. Filtros, modos com restrição e aplicativos de monitoramento podem ajudar a reduzir a exposição a conteúdo nocivo, mas devem ser usados de modo a promover conversas abertas com os pequenos, não como simples vigilância silenciosa.
  • Ensinar a alfabetização digital desde cedo. As crianças devem aprender desde cedo que a internet não é apenas entretenimento, mas também um lugar onde as informações devem ser avaliadas criticamente. Atualmente, habilidades como reconhecer anúncios, questionar fontes e proteger senhas são tão essenciais quanto leitura e matemática.
  • Servir de exemplo quanto a comportamentos digitais saudáveis. As crianças imitam os adultos. Demonstrar uso consciente das telas, como guardar os celulares durante as refeições, mostra a elas que a tecnologia não deve dominar todos os momentos.
  • Incentivar conexões offline. Esportes, artes e brincadeiras ao ar livre continuam sendo vitais para o crescimento emocional e social das crianças. Essas atividades equilibram os estímulos do mundo online com as experiências da vida real.

A nova geração de crianças brasileiras está sendo incluída no ambiente digital de maneira mais rápida que qualquer predecessora. Isso tem impactos não apenas na forma como a cultura digital ganha espaço na modelagem da infância no país, mas também nos riscos a que essa faixa etária está sendo cada vez mais sujeita.

Para lidar com essa mudança, os adultos devem se engajar em promover a alfabetização digital, priorizar a segurança e estimular o equilíbrio das crianças no convívio com essas tecnologias. Só assim, poderão garantir que elas cresçam não apenas conectadas, mas também empoderadas nesse contexto.

O post Geração alfa conectada: como o uso da internet por crianças dobrou em uma década apareceu primeiro em Diário do Vale.

Vivian Costa e Silva

Geração alfa conectada: como o uso da internet por crianças dobrou em uma década