Família Acolhedora: VR amplia rede de proteção à infância com mostra fotográfica

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Foto: Divulgação
Exposição fica aberta ao público até sexta-feira (14)

Volta Redonda – Com o propósito de ampliar o número de famílias habilitadas para oferecer um lar temporário e protetivo a crianças e adolescentes, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) de Volta Redonda reforçou, nesta segunda-feira (10), a rede do programa Família Acolhedora.
A ação, realizada em parceria com a Vara da Infância e Juventude, Defensoria Pública, Ministério Público, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), famílias acolhedoras e membros da sociedade civil, marcou a abertura de uma mostra fotográfica nos corredores do Fórum.

A exposição, aberta ao público até sexta-feira (14), celebra uma semana dedicada à valorização do acolhimento familiar e ao fortalecimento da rede de proteção à infância.

A mostra reúne registros momentos marcantes vividos durante os acolhimentos, revelando vínculos afetivos, gestos de cuidado e dedicação das famílias acolhedoras.Além de valorizar essas trajetórias, a iniciativa busca sensibilizar a população e estimular novas adesões ao programa, que oferece amparo a crianças afastadas de seus lares por decisão judicial.

Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Rosane Marques, o evento é uma forma de aproximar a sociedade dessa política pública essencial.

“O acolhimento familiar é um gesto de amor e solidariedade. Cada família que abre suas portas para acolher uma criança ou adolescente contribui de forma significativa para a construção de uma sociedade mais humana e acolhedora. Com a exposição, queremos mostrar essas histórias reais e inspirar outras pessoas a fazer parte dessa rede de cuidado”, destacou.

Acolher é proteger

As imagens apresentadas na mostra mostram que o acolhimento familiar substitui o modelo tradicional de abrigo por uma convivência mais próxima e afetiva, respeitando o ritmo e as necessidades individuais de cada criança.
O programa, supervisionado pela Justiça e pela equipe técnica da Assistência Social, garante cuidado, estabilidade e afeto, até que o retorno à família de origem ou a adoção sejam definidos pela Vara da Infância.

A juíza da Vara da Infância da Comarca de Volta Redonda, Lorena Nunes Boccia, destacou os impactos positivos do acolhimento familiar em comparação ao acolhimento institucional.

“As crianças de zero a seis anos sofrem impactos significativos quando são institucionalizadas. Nessa fase, o desenvolvimento depende muito de um vínculo afetivo estável com um cuidador. Quem convive com crianças pequenas sabe: elas choram quando a mãe ou a figura principal de referência se afasta.Em instituições de acolhimento que funcionam em regime de plantão, a criança passa por diversos cuidadores em um curto período, e isso prejudica seu desenvolvimento, algo já comprovado cientificamente.

Já para as crianças maiores de seis anos e adolescentes, o acolhimento familiar funciona como uma forma de preservar vínculos afetivos, familiares e comunitários. Nesses lares, eles recebem mais atenção e afeto, permanecendo integrados à comunidade, o que é muito mais difícil em abrigos, que acabam sendo mais afastados e com muitas crianças, dificultando o atendimento individualizado”, disse ela.

O que é o Família Acolhedora

O programa Família Acolhedora é uma política pública municipal que oferece acolhimento familiar temporário para bebês, crianças e adolescentes afastados de suas famílias por medida de proteção.

Diferente da adoção, o acolhimento tem caráter temporário e busca garantir proteção e estabilidade emocional até que a Justiça defina o destino definitivo, retorno à família de origem, acolhimento pela família extensa ou adoção. Todo o processo é acompanhado por psicólogos, assistentes sociais e pela equipe técnica da SMAS, com suporte e capacitação.

A coordenadora do serviço de acolhimento, Daniela Cardeal, explicou o processo para se tornar uma família acolhedora.

“As famílias que demonstram interesse pelo serviço de acolhimento familiar passam por um processo de capacitação. Inicialmente, realizamos uma reunião informativa, onde explicamos todos os passos e detalhes para se tornar uma família acolhedora. A partir do momento em que temos um grupo formado, geralmente cerca de cinco famílias, iniciamos a capacitação, que é composta por cinco encontros, com duração média de três horas cada. Ao final dessa etapa, as famílias estão preparadas e habilitadas para oferecer o acolhimento familiar, podendo receber uma criança ou adolescente sempre com o acompanhamento da equipe técnica.”

Mayra Gomes

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