Didáticas evoluem com HQs e outras metodologias, diz Aryane Rodrigues dos Reis
As estratégias de ensino no Brasil e no mundo têm passado por profundas transformações na última década, impulsionadas tanto pelo avanço tecnológico quanto pela busca de maior engajamento dos estudantes. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que mais de 70% dos países membros já implementam metodologias ativas no ensino médio, enquanto no Brasil a adesão segue em crescimento, especialmente na rede privada e em projetos de extensão universitária.
Entre as principais tendências globais estão as chamadas metodologias híbridas, que mesclam aulas presenciais com recursos digitais, a gamificação, o ensino baseado em projetos (PBL) e o uso de mídias visuais, como histórias em quadrinhos e animações, para ilustrar conteúdos de maior complexidade.
Segundo levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o uso de recursos visuais aumentou cerca de 25% nas escolas brasileiras nos últimos cinco anos, sobretudo nas disciplinas de ciências da natureza.

Aryane Rodrigues dos Reis (Foto: Divulgação)
Especialista no tema, a química Aryane Rodrigues dos Reis destaca que a inovação precisa estar aliada à didática para realmente gerar impacto positivo. Reconhecida nacionalmente por criar uma metodologia que utiliza histórias em quadrinhos como ferramenta de ensino de química, Aryane explica que “o uso de HQs não substitui a aula tradicional, mas amplia as possibilidades de compreensão de conceitos abstratos, como ligações químicas ou reações orgânicas, por meio de narrativas visuais”.
A especialista defende que, ao aproximar conteúdos científicos do universo cultural dos alunos, o professor favorece a retenção do aprendizado e o desenvolvimento do pensamento crítico.
“A leitura sequencial de imagens permite que os estudantes visualizem fenômenos moleculares que não são observáveis a olho nu, promovendo conexões que dificilmente ocorreriam apenas pelo texto didático”, observa Aryane.
No contexto internacional, estudo recente da Universidade de Harvard aponta que estudantes que participaram de aulas mediadas por recursos visuais apresentaram desempenho até 30% superior em testes de compreensão conceitual, em comparação aos que tiveram apenas exposições tradicionais. No Brasil, projetos como o de Aryane têm servido de inspiração para outras disciplinas, inclusive no ensino de física, biologia e matemática.
O debate sobre novas didáticas também envolve questões estruturais. Conforme dados do Censo Escolar 2023, apenas 41% das escolas públicas de ensino médio no país contam com laboratórios de ciências em condições de uso, o que reforça o papel das metodologias alternativas como estratégia para democratizar o acesso ao conhecimento.
“A didática inovadora não depende apenas de grandes investimentos, mas de formação docente contínua e do compromisso com a realidade dos estudantes”, conclui Aryane Rodrigues dos Reis.
Com a previsão de novas diretrizes curriculares e a expansão de políticas de formação continuada de professores, especialistas avaliam que o cenário para o fortalecimento de metodologias inovadoras é promissor. A expectativa é que, nos próximos anos, práticas como as defendidas por Aryane sejam cada vez mais integradas ao currículo, contribuindo para uma aprendizagem mais efetiva e inclusiva.
Por Emiliano Macedo – Jornalista
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