CSN apresenta projeto de aproveitamento de resíduos ao secretário de Agricultura

Foto: Divulgação

Volta Redonda – O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro, Flávio Campos, e o presidente da Pesagro-Rio, Paulo Renato Marques, visitaram, nesta segunda-feira (8), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para conhecer o projeto de aproveitamento do agregado siderúrgico como corretivo agrícola. A iniciativa já recebeu aval do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), aprovado no fim de agosto, e agora aguarda análise do Ministério da Agricultura.

A CSN protocolou junto ao governo federal solicitação para que o agregado siderúrgico, coproduto do refinamento da escória de aciaria, seja oficialmente reconhecido como corretivo agrícola. De acordo com a CSN, pesquisas no Brasil e no exterior comprovam sua eficácia na correção da acidez do solo e no fornecimento de nutrientes essenciais às lavouras.

“Hoje, aqui na CSN, tivemos uma conversa produtiva com a diretoria sobre o uso do agregado siderúrgico como corretivo agrícola. Estamos firmando um acordo de cooperação técnica com a Secretaria de Agricultura do Estado, que, a partir das análises laboratoriais, definirá como os produtos poderão ser aplicados ao solo com segurança. Vejo essa iniciativa com otimismo e acredito que trará excelentes resultados”, afirmou o secretário Flávio Campos.

Experiências internacionais reforçam esse potencial. Segundo a CSN, no Japão, fertilizantes à base de escória são regulamentados por lei e utilizados em larga escala em arrozais, com ganhos de produtividade e melhoria do pH do solo. Na China, estudos de campo também comprovariam maior crescimento das plantas e redução da absorção de metais pesados, como o cádmio, no arroz. Nos Estados Unidos, especialmente na Flórida, o silicato de cálcio derivado da escória seria oficialmente recomendado para a cana-de-açúcar, atuando como corretivo de acidez e fonte de silício, além de contribuir para o aumento da resistência da planta a pragas.

De agosto de 2020 a julho de 2025, a CSN movimentou externamente 4,5 milhões de toneladas de agregado siderúrgico em seu Pátio de Beneficiamento, em Volta Redonda. Deste total, cerca de 895 mil toneladas foram efetivamente reutilizadas em aplicações como pavimentação, terraplanagem e lastro ferroviário. A empresa também instalou uma segunda planta separadora modular, ampliando a recuperação de sucata metálica reintegrada à Usina Presidente Vargas (UPV). Novos britadores e separadores granulométricos estão em fase de testes, com expectativa de ganhos operacionais, menor consumo de energia e eliminação de emissões atmosféricas.

“É uma grande satisfação estar aqui na CSN, uma empresa pela qual tenho muito apreço, para discutir uma parceria que permitirá o aproveitamento do agregado siderúrgico como corretivo de solo. Essa iniciativa também poderá contribuir com os programas de estradas de produção que a secretaria vem desenvolvendo. Tenho convicção de que avançaremos muito nessas tratativas”, destacou o diretor da Pesagro-Rio, Paulo Renato Marques.

O Diretor Executivo da CSN, Márcio Lins, complementou: “Este acordo representa um passo importante na união entre sustentabilidade e agricultura. Ao utilizar o agregado siderúrgico como corretivo de solo, reduzimos os resíduos do nosso pátio em Volta Grande, apoiamos os produtores rurais e fortalecemos a economia do estado. A CSN tem orgulho de transformar inovação em benefícios reais para a sociedade.”

Segundo a CSN, estudos independentes confirmam a estabilidade do pátio de estocagem, sem registros de instabilidade em mais de 30 anos de operação. Monitoramentos mensais realizados pelo Inea reforçam que o agregado siderúrgico não é classificado como resíduo tóxico e pode ser empregado em soluções sustentáveis — entre elas, a correção do pH do solo e aplicações agrícolas inovadoras.

Sobre a Pesagro-Rio

A Pesagro-Rio é a empresa pública de pesquisa agropecuária do Estado do Rio de Janeiro. Vinculada à Secretaria de Agricultura, tem como missão desenvolver soluções tecnológicas para o setor rural e subsidiar políticas públicas voltadas ao campo fluminense. Seu trabalho vai do melhoramento genético e manejo de culturas a projetos de sustentabilidade, beneficiando agricultores familiares e médios produtores rurais em todo o estado.

 

Mayra Gomes

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