Calor extremo atinge Europa com mortes, incêndios e recordes históricos

Europa – Uma intensa onda de calor avança pela Europa, deixando mortos, forçando evacuações e afetando o funcionamento de serviços públicos em diversos países. Temperaturas extremas, superiores a 45 °C, têm sido registradas em cidades da Espanha, França, Itália, Portugal e Alemanha. Ao menos oito mortes foram confirmadas.

A Espanha contabiliza quatro vítimas, sendo duas em decorrência de incêndios na Catalunha. Outras fatalidades ocorreram em Córdoba e na Extremadura. No país, cidades como Sevilha e Huelva registraram temperaturas entre 45 °C e 46 °C. Em Tarragona, uma criança de dois anos morreu após ser deixada em um carro sob o sol.

Na França, além de duas mortes — entre elas, a de uma menina de dez anos —, mais de 2,2 mil escolas foram fechadas. O país registrou o mês de junho mais quente desde o início das medições, com termômetros marcando até 42 °C em Paris. A visitação ao topo da Torre Eiffel foi suspensa, e ao menos 300 pessoas precisaram de atendimento médico por insolação.

Na Itália, dois homens morreram em praias da Sardenha. O governo emitiu alerta vermelho para 18 cidades. O calor intenso também elevou o risco de tempestades, como as que atingiram os Alpes Franceses, causando deslizamentos e bloqueando a ferrovia entre Paris e Milão.

O calor excessivo afetou até mesmo o setor energético. Na Suíça, a concessionária Axpo desligou um reator nuclear e reduziu a operação de outro devido à alta temperatura da água do rio usada no resfriamento das usinas.

Na Alemanha, Berlim chegou a registrar quase 39 °C, mais de 15 °C acima da média histórica. O país adotou o “hitzefrei”, liberando estudantes de frequentar aulas em dias de calor extremo. Já em Portugal, a cidade de Mora atingiu 46,6 °C — recorde para o mês de junho. No Alentejo, os termômetros seguem próximos dos 40 °C.

Autoridades locais ativaram planos de emergência em várias cidades. Em Barcelona, a prefeitura distribui água para moradores de rua e envia alertas de SMS com orientações de prevenção. Moradores de regiões afetadas relatam dificuldades para lidar com o calor, especialmente à noite.

A onda de calor foi agravada pelo aquecimento anormal dos oceanos, que favoreceu a formação de uma cúpula de calor sobre o continente. A Agência Espacial Europeia chegou a registrar 54 °C de temperatura na superfície terrestre em Sevilha, e 45 °C em Roma e Madri.

Especialistas apontam que esses eventos extremos estão se tornando mais frequentes e intensos por causa das mudanças climáticas. A Organização Meteorológica Mundial alerta que o fenômeno deve se repetir nos próximos anos e destaca os riscos à saúde, principalmente entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.

As comparações com as ondas de calor de 2003 e 2022 — que provocaram dezenas de milhares de mortes — reforçam a preocupação. Cientistas afirmam que os impactos reais do episódio atual só poderão ser medidos nos próximos meses.

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Agatha Amorim

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