Após 18 meses de luta, comerciante de VR dará sepultamento digno ao filho
A agonia de um ano e meio de uma mãe terá um capítulo final nesta segunda-feira (7), em Volta Redonda: está marcado para às 9h, no Cemitério do Retiro, o sepultamento dos restos mortais do taxista Johnatan Gilberto Paulino da Silva, filho da comerciante Alessandra Aparecida Paulino. O caso ganhou repercussão quando ela denunciou que o filho, de 34 anos, foi enterrado como indigente, em um cemitério de Vargem Alegre, em Barra do Piraí, apesar de todo o seu esforço para provar que o corpo, encontrado no Rio Paraíba do Sul, em dezembro de 2023, era o de seu filho.
Desde então, Alessandra – conhecida como Tia Chica – iniciou uma verdadeira saga para a identificação e recuperação do corpo a fim de, conforme sempre frisou, poder proporcionar a Johnatan “um sepultamento digno”. Tia Chica travou uma verdadeira batalha judicial, recebendo apoio de instituições, como a UFF (Universidade Fluminense), através do Núcleo de Práticas Jurídicas, e do MEP-VR (Movimento Ética na Política de Volta Redonda), que tornou público o drama enfrentado pela comerciante.
“Sou muita grata a Deus, às pessoas que abriram os corações e as portas para que chegasse a reparação da dignidade de meu filho. Jonathan é gente, não um indigente”, diz Tria Chica. Sua história lançou luz sobre outros casos idênticos, de chamadas “mães enlutadas”.
O que aconteceu – Quando o caso de Johnatan veio à tona, Tia Chica contou que, tão logo viu a foto do corpo encontrado no rio, na antevéspera do Natal de 2023, imediatamente reconheceu o filho, que estava desaparecido desde o dia 19 do mesmo mês.
Ela esteve no Instituto Médico Legal (IML), em Três Poços, no mesmo dia. Porém, desde 2017 reconhecimentos de cadáveres no estado do Rio são feitos através de digitais, arcada dentária ou exame de DNA e, segundo o que foi informado à família, as impressões digitais colhidas não eram compatíveis com as de Johnatan.
A novela então teve início, estendendo o sofrimento dos parentes: somente em abril de 2024, o IML de Volta Redonda instaurou o processo para reconhecimento através de DNA, depois de Alessandra descobrir e denunciar que o filho já havia sido sepultado como “não identificado” – um eufemismo do órgão para não usar o termo indigente.
Mesmo com a promessa de agilizar o resultado do exame, Alessandra só recebeu o resultado do exame em outubro de 2024. E, apenas no mês passado, houve a exumação do corpo e liberação para sepultamento pela família. (Fotos: Arquivo pessoal)
Informa Cidade
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