Agro calcula prejuízos bilionários com tarifa dos EUA
País – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, reuniu-se na terça-feira (15) com representantes da indústria e do agronegócio para discutir os impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, foi determinada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Durante o encontro, Alckmin afirmou que o governo federal está empenhado em buscar uma solução antes do início da vigência da tarifa. Apesar da importância do tema, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não participou da reunião. Em nota, a entidade expressou preocupação com os possíveis impactos das novas taxas para o setor agropecuário.
“A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifesta sua preocupação com o cenário atual em que, enquanto o Brasil real tenta recuperar sua economia, atrair investimentos, abrir mercados e gerar empregos, a política nacional insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos e antinacionais”, diz o comunicado.
Na manhã desta quarta-feira (16), o governo realizou um novo encontro com representantes dos setores produtivos, novamente sem a participação da CNA.
Entre os presentes à reunião com Alckmin, o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a tarifa tornaria inviável a exportação de carne bovina para o mercado norte-americano. Segundo ele, diversos frigoríficos já suspenderam a produção, embora cerca de 30 mil toneladas de carne estejam atualmente em trânsito ou prestes a embarcar com destino aos Estados Unidos.
“Nossa sugestão, de imediato, é a prorrogação do início da taxação. Existem contratos em andamento. Precisamos de prorrogação ou retorno à situação anterior. O setor já é taxado em cerca de 36%. Esses 50% seriam inviáveis para a exportação”, destacou Perosa.
Também presente na reunião, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, relatou preocupação no setor de fruticultura. De acordo com ele, há clima de pânico entre os produtores de manga, que já contrataram 2,5 mil contêineres para cumprir encomendas dos Estados Unidos. Coelho destacou que a safra foi planejada com antecedência de seis meses, e mudanças bruscas como a tarifa podem comprometer todo o cronograma de exportação. Com informações do Brasil 61.
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Agatha Amorim