Arlindo Cruz morre no Rio, aos 66 anos

Foto: Divulgação
Rio – O cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba brasileiro, morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, no Hospital Barra D’Or, na Zona Oeste do Rio. A informação foi confirmada por sua esposa, Babi Cruz.
Arlindo sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico em março de 2017, permanecendo quase um ano e meio internado. Desde então, enfrentava sequelas que o afastaram dos palcos e passou por diversas internações ao longo dos últimos anos.
Nascido em 14 de setembro de 1958, no Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu em Madureira, bairro que se tornaria cenário e inspiração para muitas de suas composições. O interesse pela música surgiu cedo: ganhou seu primeiro cavaquinho aos 7 anos e, aos 12, já tocava de ouvido. Mais tarde, estudou teoria musical e violão clássico na escola Flor do Méier, o que o levou a atuar profissionalmente em rodas de samba.
Foi incentivado por Candeia, com quem gravou suas primeiras músicas no disco Roda de Samba. Na década de 1970, integrou o bloco Cacique de Ramos, ao lado de artistas como Jorge Aragão, Almir Guineto, Zeca Pagodinho e Jovelina Pérola Negra. No grupo, ajudou a popularizar o banjo no samba.
Em 1982, entrou para o Fundo de Quintal, onde permaneceu por quase uma década, gravando 10 álbuns, entre eles Nos pagodes da vida (1983) e O mapa da mina (1986). Deixou o grupo no início dos anos 1990 para seguir carreira solo, mas também formou uma dupla de sucesso com Sombrinha, resultando em trabalhos como O samba é a nossa cara (1997) e Pra ser feliz (1998).
Com nove discos solo lançados, Arlindo assinou mais de 790 composições registradas no Ecad, muitas gravadas por outros artistas, como “Boto meu povo na rua” (Mart’nália) e “Alto lá” (Zeca Pagodinho). Também teve participação marcante no carnaval carioca, integrando a ala de compositores do Império Serrano e criando sambas-enredo para diferentes escolas, incluindo Vila Isabel e Grande Rio.
O último samba-enredo de Arlindo foi para o Império Serrano, em 2016. No Carnaval de 2023, a escola de Madureira prestou-lhe homenagem com o enredo Lugares de Arlindo, quando ele desfilou no último carro alegórico, ao lado de Babi Cruz.
Figura central na história do samba, Arlindo Cruz deixa um legado marcado pela criatividade, pela cadência inconfundível e pelo compromisso com a preservação e renovação do gênero que ajudou a consagrar
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arthur
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