Condutores com TDAH têm o dobro de chance de acidentes, alerta médica

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

País – Impulsividade, desatenção e agitação estão entre os principais sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Embora frequentemente diagnosticado na infância, o transtorno costuma acompanhar o indivíduo ao longo da vida e demanda atenção especial, inclusive no volante.

A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) alerta que pessoas com TDAH têm o dobro de chance de se envolver em acidentes de trânsito, segundo estudos internacionais.

No Brasil, a prevalência do transtorno é estimada em 7,6% das crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos; em 5,2% dos jovens de 18 a 44 anos; e em 6,1% das pessoas acima de 44 anos.

Durante o 16° Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado em Salvador, a médica do tráfego Joan Faber destacou pesquisas que associam o TDAH a comportamentos de risco no trânsito, como falta de julgamento, tendência a assumir perigos e busca por emoções.

“Há uma percepção superestimada de competência ao volante, o que faz com que o condutor com TDAH mantenha comportamentos de risco”, afirmou.

Segundo Joan, o entendimento do quadro e a experiência na direção podem reduzir esse risco relativo. Ela observou que condutores com TDAH apresentam melhor desempenho em percursos urbanos e em trânsito intenso, além de se beneficiarem ao dirigir veículos com câmbio manual, que exigem maior atenção.

“Condutores com TDAH têm pior desempenho em longas distâncias, em vias pouco movimentadas, na condução monótona – principalmente quando não medicados”, disse.

Ela também alertou sobre tarefas secundárias que comprometem a segurança, como comer, beber, trocar a estação de rádio ou usar o celular. “Tarefas secundárias, como comer e ingerir líquidos, mudar a estação de rádio ou utilizar o celular pioram substancialmente o desempenho”, concluiu a médica. Com informações da Agência Brasil.

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