Embaixada estadunidense defende punições contra Moraes

Foto: Antônio Cruz
País – O governo dos Estados Unidos reafirmou que continuará adotando “medidas cabíveis” contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e contra “indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado liberdades fundamentais”. A declaração, publicada pelo diplomata Brendan Beattie e endossada pelo perfil oficial da embaixada estadunidense no Brasil, ocorreu no mesmo dia em que Moraes apresentou seu voto no julgamento dos réus acusados de tentativa de golpe de Estado.
Relator da ação, Moraes responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao classificá-lo como chefe de uma organização criminosa voltada a ataques contra a democracia. Ele listou episódios como o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores e sustentar uma estratégia contra o Judiciário e o sistema eleitoral, além de iniciativas públicas do governo Bolsonaro: a live com críticas às urnas eletrônicas, a reunião com embaixadores, a manifestação de 7 de setembro de 2021 e os atos antidemocráticos após o segundo turno das eleições de 2022, incluindo a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Ao comentar anotações de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, sobre questionamentos ao sistema eletrônico de votação, Moraes fez comparações contundentes que repercutiram imediatamente:
“Isso não é uma mensagem de um delinquente do PCC para outro. Isso é uma mensagem do diretor da Abin para o então Presidente da República”, afirmou.
O ministro ainda ironizou o caderno encontrado com Ramagem, onde constavam registros sobre supostas fraudes eleitorais. “Meu querido diário”, disse Moraes, arrancando risadas dos integrantes da Primeira Turma do STF.
Para o relator, não é crível que tais anotações fossem escritas na terceira pessoa e, em seguida, utilizadas em transmissões oficiais de Bolsonaro. Segundo ele, o material representava uma comunicação direta entre Ramagem e o então chefe do Executivo.
arthur